terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Adquirindo hábito de escrever II


Escrever não é apenas uma anotação de idéias. Frequentemente se diz: “Eu não sei o que escrever. Não tenho pensamentos que valham a pena ser anotados”. Porém, a boa escrita, em si, nasce do próprio processo de escrever. Tal como simplesmente sentamos em frente a uma folha de papel e começamos a expressar em palavras o que está em nossas mentes ou em nossos corações, novas idéias emergem, idéias quem podem nos surpreender e nos levar a lugares interiores que mal sabíamos que estavam lá.

Um dos aspectos mais prazerosos da escrita é que ela abre poços profundos para tesouros escondidos que para nós são bonitos de ver, e às vezes para os outros também. Um dos argumentos frequentemente usados para não escrever é esse: “Não tenho nada de original para dizer. O que quer que eu diga alguém já disse antes de mim, e bem melhor do que eu nunca poderia ter dito”. Esse, contudo, não é um bom argumento para não se escrever.

Cada pessoa humana é única e original, e ninguém viveu o que essa pessoa viveu. Além disso, o que temos vivido não é apenas para nós próprios, mas para outros também. A escrita pode ser uma maneira muito criativa e revigorante para tornar nossa vida disponível a nós mesmos e aos outros. Temos que confiar que as nossas histórias merecem ser contadas. Podemos descobrir que quão melhor escrevermos nossas histórias, melhor desejaremos vivê-las.

Henri J. M. Nouwen (Henri Jozef Machiel Nouwen (24 de janeiro de 1932 - 21 de setembro de 1996) foi um católico holandês, teólogo e escritor. Trabalhou na Universidade de Harvard, na Universidade de Yale e no Seminário Teológico de Ontário, Canadá.)

Nenhum comentário: